INOVAÇÃO BRENDAN WALKER PROJ ETISTA DE MONTANHAS-RUSSAS Sabia que há um gene da busca de emoção?”, indaga Brendan Walker. As pessoas que têm um certo receptor de dopamina são mais propensas a buscar emoções, explica ele. “Fiz um exame de DNA um tempo atrás e tenho esse gene. O que não me surpreendeu muito.” Walker, um autodenominado “engenheiro de emoções”, ajudou a criar algumas das mais famosas montanhasrussas e atrações temáticas do Reino Unido, como a Wicker Man e a Thirteen, ambas em Alton Towers. Seu escritório de projetos Aerial é especializado em “experiências emocionantes sob medida” e permite que Walker siga sua paixão: explorar o fenômeno da emoção. “Ela é profundamente subjetiva, é claro, mas uma emoção combina o prazer – associado à dopamina – com a excitação – associada à adrenalina. Para provocar isso, você precisa de um aumento grande e rápido das duas coisas ao mesmo tempo”, diz Walker. “O medo pode tornar a jornada ainda mais radical.” Numa montanha-russa, a experiência emocional começa assim que você descobre que ela existe – através de uma propaganda na TV, por exemplo. Todas as etapas desempenham um papel, desde comprar os ingressos até entrar na fila. “O momento em que o cinto de segurança se encaixa, quando você sabe que não há como voltar atrás – essa é, na verdade, a emoção mais forte”, afirma Walker. Ele sabe disso porque monitorou e analisou as sensações e as mudanças fisiológicas de milhares de frequentadores de parques temáticos, numa tentativa de quantificar a emoção. O inglês aperfeiçoou essa análise a ponto de criar sua própria fórmula, a Walker Thrill Factor. Ele a usa para medir e classificar uma experiência emocionante ao acompanhar as reações de uma pessoa, inclusive a frequência cardíaca e as expressões faciais. “Esse é o meu lado nerd, científico”, diverte-se ele por trás de seus óculos grandes e inconfundíveis em seu estúdio na região leste de Londres. Walker cursou engenharia e trabalhou por muitos anos na British Aerospace, até chegar à conclusão de que os cronogramas de produção de aeronaves eram longos demais para seu gosto. Ele se demitiu e foi para a faculdade de arte, antes de estudar design industrial. “Eu adorava fazer experimentos. Comecei fazendo esculturas mecânicas na minha oficina. Era fascinante ver como o público reagia, observar suas emoções. Comecei a explorar a base psicológica, e isso acabou resultando numa série de instalações públicas no Museu de Ciências de Londres, as quais deram origem a meu trabalho como engenheiro de emoções.” Ao dar consultoria sobre parques temáticos, Walker usa suas pesquisas para ajudar os criadores de atrações a planejar fatores como velocidade, força da gravidade e mudanças na aceleração ou “solavancos”. Ele calcula o tamanho da queda vertical, no escuro, necessário para criar a sensação de emoção: 0,7 segundo ou 2,4 metros. Uma atração de parque de diversões não deve ser uma mera descarga de adrenalina, explica. “Uma montanha-russa é como o cinema ou a música. Quando você deve mudar o ritmo, aliviar o clima? Alfred Hitchcock era mestre nisso: dava ao espectador uma breve catarse antes de levá-lo a algum lugar mais sombrio”. O projeto mais recente dele combina a realidade virtual com um tradicional balanço de parque infantil. Walker diz ser capaz de fazer as pessoas crerem que estão saltando por cima de telhados ou ondulando como uma água-viva. “Estou desenvolvendo maneiras de tirar proveito das forças físicas que os passageiros sentem, fazendo-os acreditar que estão vindo de lugares muito diferentes. A realidade virtual está me permitindo ser realmente inovador – e isso pode ser o futuro das atrações emocionantes, para além das montanhas-russas”. 60 THE JAGUAR
“ UMA MONTANHA-RUSSA É COMO O CINEMA OU A MÚSICA – QUANDO VOCÊ DEVE MUDAR O RITMO, ALIVIAR O CLIMA?” THE JAGUAR 61
A ILHA DO TESOURO O XE 300 SPORT E
20 50 FOTOS: REBECCA MILLER, JOHN W
CENTROS DE SERVIÇO JAGUAR O CUIDAD
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