LEFT XXXXX “O PAPEL DE VESPER LYND FOI UM PRESENTE. TIVE A SORTE DE INTERPRETAR UMA PERSONAGEM FORTE E HUMANA.” 46 THE JAGUAR
CINEMA E CULTURA Green, vista aqui nos bastidores enquanto filmava com o Jaguar I-PACE, adora filmes de estrada como Mad Max: Estrada da Fúria e Thelma e Louise. Pelo jeito, este é o estilo Green: ir com audácia aonde poucas atrizes foram antes, mesmo que isso signifique girar de cabeça para baixo e enfrentar a vertigem no espaço ou em uma tenda de circo. É essa postura – descolada, mas entusiasmada; ponderada, mas aventureira; tão à vontade com seus pontos fracos quanto com seus pontos fortes – que a ajudou a criar um nicho para si mesma. O público de cinema sabe que Green é uma atriz ímpar. Esta tarde, quando nos encontramos em um estúdio em Londres, Green achou um elegante sofá antigo. Em volta dela, havia vegetação e animais empalhados, o que refletia tanto sua natureza meio selvagem quanto um de seus passatempos de coleção bastante peculiares. “Há uma loja incrível em Paris chamada Deyrolle, que é a mais linda loja de taxidermia do mundo”, diz ela, abrindo uma porta para outra parte de seu mundo estranho e maravilhoso. “Tem pássaros raros, camelos, leões, tudo. Eu mesma tenho coisas de lá. Comprei uma enorme cabeça de touro – bem, na verdade, é um ancestral do touro chamado auroque, que não existe mais – porque os olhos dele pareciam estar pedindo ajuda na loja. Eu pensei: ‘Ok, você vai para casa comigo’. É bem impressionante!” SUBIDA AO TOPO O visual da própria Eva Green também é impressionante. Talvez melhor descrita como gótica chique arrojada, do cabelo azul meia-noite às botas volumosas, ela emana um ar confiante, do tipo que é necessário ser expert para dominar completamente. Está claro que entusiasmo e firme individualismo são importantes para Green em todas as suas escolhas de vida e trabalho. Ela tem sido assim – uma pessoa que não tem medo de desafiar as percepções comuns e nem a si mesma – desde o início de sua carreira, que decolou com sua estreia no cinema em Os Sonhadores, de 2003, um filme de arte tipicamente provocativo de Bernardo Bertolucci. Depois, sua trajetória ganhou o impulso de um foguete, primeiro com a participação no épico medieval Cruzada (2005), de Ridley Scott, e depois com seu papel em 007 – Cassino Royale (2006), filme que lançou Daniel Craig e que explicitamente fez renascer o interesse na série mais longa do mundo. Neste último, Green interpretou uma paquera de James Bond, Vesper Lynd. “O papel de Vesper Lynd foi um presente”, reflete ela. “Foi o papel de uma mulher muito forte, à altura de Bond, o que foi bem legal. E o fato de Bond se apaixonar por ela lhe deu substância. Era uma personagem muito humana, então tive muita sorte de poder interpretá-la.” Foi difícil para uma francesa dominar o sotaque inglês perfeito necessário para uma personagem que era funcionária do Tesouro de Sua Majestade? “Foi, sim, muito”, reconhece Green. “Eu me lembro de que, em Os Sonhadores, meu sotaque era muito francês – mas eu achava que meu inglês era tão bom! Mas, para 007 – Cassino Royale, trabalhei duro com uma instrutora de idioma maravilhosa. Ela me fez assistir a filmes dos anos quarenta para ver as respostas espirituosas, os gracejos. Mas é o ritmo que você precisa acertar. Esse foi o desafio.” O diretor do longa, Martin Campbell, mais tarde revelou que Green era tímida e quieta no set de filmagem. “Ela ficava na dela. Estava só com seu cachorro e sua instrutora de idioma. Muitas vezes, no caso das estrelas norteamericanas, tem toda uma comitiva... A Vesper do livro Cassino Royale tem algo quase misterioso, sombrio. Bond reflete sobre o fato de que você não consegue se familiarizar com ela, nunca chega a conhecê-la. A Eva tem exatamente isso. Fiquei empolgado em trabalhar com ela. E como ela mostrou resultado!” THE JAGUAR 47
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